domingo, outubro 3

Santifico-me


Viajar-te em velocidade de estearina, rogando-me pausas onde me estendo, como quem procura santuário. Inundo-me de chuva, escondendo lágrimas. Perigo-me à medida que estico os dedos e descubro os teus anéis. Guardo as tuas mudanças de pele pela mesma razão que venero as catedrais. Nunca beijei imagens de ouro ou rubis. Nunca senti frio deitado sobre urnas de mármore. Não te conheço milagres. Apenas creio em ti.

Espinhos


Ser de ti, é a pergunta ventania com que insistes pintar-me da tua cor. E por saberes a resposta, as propostas são meras vítimas do teu calor. Experimentei um dos teus cigarros, e para além de me sentir um pouco feminino, o meu sabor não me soube a ti. Tenho guardado a que sabes. E mergulho todas as vezes que as ondas me parecem a tua pele. Cansado de voltar à areia, e não descansar a cabeça na tua coxa.